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A Filosofia

 

A palavra filosofia é um termo de origem grega resultante da junção de
duas palavras: “philos” e “sophia”.A primeira significa amigo, o que deseja ou
procura. A segunda significa sabedoria, saber, conhecimento.

 

Neste sentido, a filosofia diz respeito à atividade própria daqueles que
amando ou desejando o saber, se envolvem na descoberta do conhecimento
da realidade. Na Grécia dava-se o nome de filósofos aos homens que, movidos
por interesses intelectuais desinteressados, procuravam compreender a realidade existente. O saber que iam adquirindo, assim como a totalidade dos conhecimentos obtidos nas suas investigações recebia a designação de filosofia.

 

Nas primeiras aulas de filosofia sempre se faz necessário desfazer
os pré-conceitos sobre a disciplina. Inicialmente, convido você a fazer um pequeno esforço e fazer um levantamento de quais as palavras que vêm na sua mente quando pensa no que é a filosofia.

 

Normalmente, aparecem as mais variadas respostas, mas quase sempre
as manifestações não fogem muito de uma boa compreensão do sentido do que
realmente significa a palavra filosofia: questionar, refletir, analisar, pensar, etc.
Todas estas palavras são muito familiares ao contexto da filosofia.

 

A filosofia

É um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não
é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado
em si mesmo. Ela é, antes de mais nada, uma prática de vida que procura
pensar os acontecimentos além da sua pura aparência (ARANHA, 1994, p.69).

 

Existe dentro de cada um de nós uma manifestação profunda que nos
impulsiona a questionar, a buscar compreender o mundo em que vivemos a partir
de nossa própria perspectiva, um olhar que supere a alienação, a visão simplista, a ideologia. O maior problema é que essa capacidade de se admirar ou se indignar com as coisas que nos cercam vai morrendo gradativamente. Aos poucos, em doses homeopáticas, a curiosidade que sentimos em relação ao mundo vai se desfazendo. Observe a curiosidade e capacidade de assombro das crianças, como estão sedentas de saber, de descobrir o mundo que as cerca. Tudo observam, tudo tocam, tudo escutam e, dentro de suas possibilidades, tudo sabem.

Mas o que nos perguntamos é como ou quando esse desejo inquietante foi se apagando. Como a pessoa, no processo de seu “desenvolvimento”, vai perdendo a sua curiosidade sobre o que está à sua volta. Será que educamos os nossos filhos para questionar, para serem pessoas críticas? A sociedade valoriza a reflexão, a análise, a crítica? E a escola, a universidade? Onde está o espírito filosófico que faz com que
o homem se encante ou se indigne com o seu mundo? E você que está lendo estas palavras ainda mantém viva a chama da procura, da crítica, do questionamento? O grande problema de todo esse processo de formação é que aos poucos vamos nos acomodando, nos adaptando ao nosso cotidiano. As coisas vão perdendo sentido, se transformando numa rotina: trabalho, casamento, filhos, sexo, etc.

Segundo Severino (1994, p. 24), “o filosofar coloca a consciência, a
subjetividade humana no ponto máximo de seu patamar de reflexão”.

Reflexão é o ato de conhecimento que se volta sobre si mesmo, tomando
por objeto seu próprio ato; ato de pensar o próprio pensamento. O pensamento,
ao contrário do que afirma o senso comum, não é algo estéril e deslocado da
realidade ou do mundo corporativo. Neste caso o pensar e o agir são duas
dimensões do mesmo ato. A finalidade desta disciplina é contribuir para o sucesso do empreendedor e da corporação.

 

A reflexão filosófica é radical porque é movimento de volta do pensamento
sobre si mesmo para conhecer-se, para indagar como é possível o próprio
pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também
seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos,
com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos
essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações.

A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a
realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações (CHAUÍ, 2001, p. 14).

 

A filosofia nada mais é do que uma reflexão, uma discussão sobre o sentido
daquilo que fazemos e vivemos. Qual é o sentido do trabalho? Qual é o sentido
da minha vida? Por que escolhi essa faculdade? Por que compro isso e não aquilo? Em todo momento de nossas vidas estamos fazendo escolhas, o problema é que muitas vezes não pensamos profundamente nas escolhas que fazemos. O espírito filosófico deve nos levar a amadurecer a compreensão que temos de nossa vida e de nossa existência enquanto seres humanos.

 

Nas palavras de Jostein Gaarder (1995, p. 27): “A única coisa de que
precisamos para nos tornarmos bons filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas”. Podemos acrescentar ainda, não perdermos a capacidade de indignação com as coisas.

 

A relevância fundamental da filosofia consiste nessa constante busca de
compreender o sentido da própria existência. Somos desafiados a construir uma
percepção integrada e radical do sentido da existência humana. Neste sentido, a ação do homem sobre o mundo deve ser na direção do aperfeiçoamento de sua prática. Transformar a experiência vivida em experiência refletida é o seu grande desafio.

 

Não é sem relevância que a palavra filosofia em grego philo significa
amizade, amor fraterno, respeito entre iguais, e sophia significa sabedoria. A
filosofia vista, nesta perspectiva, significa amizade, amor e respeito pelo saber.

Assim, uma primeira resposta à pergunta ‘o que é filosofia?’ poderia
ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as
idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa
existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e
compreendido (CHAUI, 2000, p.12).

Sobre o autor

Khariny Espinosa Trazzi

Khariny Espinosa Trazzi

Sócia Administradora e Escritora

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