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Há pouco mais de 26 anos, na cozinha de seu apartamento na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), Arlete Wolfram, 68 anos, começou a fazer lanches saudáveis para seus três filhos levarem para a escola. Não demorou para que a paixão pela cozinha e a vontade levar uma alimentação de qualidade para mais pessoas fizessem Wolfram transformar o hobby em um negócio.

Nascida na capital paulista, a empresária cresceu em contato com o empreendedorismo, ajudando a mãe na administração de um negócio de roupas em São Paulo. Quando se mudou para Rio de Janeiro, depois de se casar, Wolfram já estava decidida a seguir os passos da família. Assim, após perceber que outros alunos da escola de seus filhos também buscavam opções mais saudáveis de lanches, ela decidiu fundar a Porto do Sabor, em 1997.

A primeira unidade foi inaugurada em um shopping na Barra da Tijuca, com investimento inicial de R$ 150 mil. Depois de operar por cerca de um ano como delicatesse, a empreendedora transformou o espaço em uma casa de sucos, onde servia lanches naturais, tortas, salgados assados e outros pratos que estava acostumada a preparar em casa. De olho na demanda dos alunos, que por muito tempo foram os principais clientes da loja, Wolfram incorporou açaí no cardápio, que logo se tornou um dos carros-chefes do negócio.

“Eu sempre busquei oferecer coisas diferentes e, como no shopping já tinham padarias que ofereciam alguns produtos similares [aos que eu vendia], percebi que o açaí era algo que estava em alta, não tinha nas padarias e poderia atrair a garotada. Não demorou para que o nosso açaí ficasse famoso pela região, sendo até hoje chamado de Açaí da Vovó por alguns dos nossos primeiros clientes”, conta Wolfram.

Com o sucesso da Porto do Sabor ao longo dos anos, a empreendedora começou a receber pedidos de clientes para que houvesse outras unidades da marca espalhadas pelo Rio de Janeiro. Assim, incentivada pelos filhos, Wolfram formatou o negócio para se tornar uma rede de franquias. A expansão começou em 2013 e, em 2015, com cinco lojas franqueadas em operação, Wolfram investiu R$ 500 mil em sua primeira fábrica, um espaço com 100 m² e capacidade para atender 30 unidades.

“No início, era tudo feito na minha loja própria, mas chegou um momento em que eu não conseguia mais atender a todas as unidades com a minha cozinha. Quando abri a primeira fábrica, precisei adaptar os produtos para uma escala industrial, mas sem perder o toque caseiro, que para mim é essencial”, aponta a empreendedora, que afirma que, com exceção do açaí, nenhum produto do cardápio é feito com o auxílio de maquinários de alta produção.

Com o contínuo crescimento da marca, a fábrica inicial logo ficou pequena. Assim, em 2020, a rede investiu R$ 1 milhão em um espaço maior, com 600 m². A nova empreitada mirava na escala do negócio e tem capacidade para atender 200 lojas. Com a pandemia, a empresa precisou desacelerar os planos e retomou a expansão em 2022, quando a rede alcançou a marca de 22 unidades.

Segundo Wolfram, a atual fábrica conta com 22 funcionários dedicados à produção dos alimentos, além de nutricionistas e gerentes que acompanham o processo. Mais de duas décadas depois do início do negócio, a cozinha do apartamento da empreendedora continua sendo usada para testar e elaborar o cardápio da rede, que hoje, além de sanduíches e açaí, conta com opções de pratos quentes, saladas e diferentes tipos de salgados.

Em 2023, o número de unidades subiu para 31, somando um faturamento R$ 40 milhões no ano. Para 2024, a previsão é chegar a 50 unidades e faturar R$ 57 milhões. Com investimento inicial de R$ 349 mil e prazo de retorno de até 18 meses, a franquia do Porto do Sabor conta com operações apenas no estado do Rio de Janeiro. Além do formato atual das lojas, a rede já está trabalhando na formatação do negócio para o modelo contêiner.

Neste ano, a Porto do Sabor foi uma das 105 redes que receberam cotação cinco estrelas no prêmio Melhores Franquias do Brasil 2024, de Pequenas Empresas & Grandes Negócios. “Para mim, o mais importante é crescer, mas crescer com qualidade, com a confiança das pessoas que estão investindo e consumindo. Eu quero ter sempre aquela coisa da pessoa entrar na loja e saber que é uma comida caseira, saudável, mantendo a essência de uma empresa familiar”, conclui Wolfram.

https://revistapegn.globo.com/mulheres-empreendedoras/noticia/2024/07/ela-fazia-lanches-saudaveis-para-os-filhos-e-hoje-fatura-r-40-milhoes-com-rede-de-alimentacao-no-rj.ghtml

Sobre o autor

Sérgio Bento De Sepúlvida Júnior

Sérgio Bento De Sepúlvida Júnior

Sócio Administrador e Escritor

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