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1) Sr. Trazzi, fale um pouco sobre as suas origens, sua família, pais, tios, primos. Existe algum empreendedor em sua família? Tem alguém como modelo? O que seus pais fazem?

– Não sei muito das origens da família dos meus pais, pois eles faleceram quando eu era muito pequeno e, por esse motivo, acabei não tendo muito contato com meus tios.

Meu pai faleceu quando eu tinha dois anos. Por uma fatalidade do destino, um homem atirou nele. Minha mãe faleceu quando eu tinha dez anos. O motivo da morte foi doença. Fui criado por meus irmãos mais velhos.

Meus pais eram de Igaraçu- SP e resolveram se mudar para Umuarama– PR. Lá, eles tinham um sítio, local onde faleceram. Desde então, eu comecei a ajudar meus irmãos. Eles puxavam leite de galão e vendiam de porta em porta, surgindo nesse tempo uma admiração pela venda de produtos e serviços. Achava um serviço produtivo.

Na minha família, não tive referências sobre irmãos e tios que mexiam com mercado. Então, de modelo de empreendedor, foi só eu mesmo.

Em 1980, quando eu tinha 15 anos, mudei-me pra Campo Grande e comecei a trabalhar na rede de Supermercado dos irmãos Soares. Depois, no mercado Santana, na Ceasa e em 1985 começamos nosso comércio, onde estamos até hoje.

 

 2) Sr. Trazzi, como tudo começou na sua história? Em qual data e cidade? Quais foram as principais dificuldades no início da empresa e como fez para vencer tais obstáculos?

 

Eu sempre gostei das vendas de sítio, pois onde eu morava haviam essa modalidade de comércio e eu achava bonito essas vendas que ocorriam na época. Com isso, sempre despertou a vontade de um dia eu abrir meu próprio negocio e trabalhar nessa área. Assim, quando eu já estava instalado em Campo Grande e trabalhando na área de comércio, convidei minha irmã Alice, que hoje tem um mercado no Parque do Sol, mas na época ela ficou com medo de sair do sítio e vir morar em Campo Grande. Respeitei o sentimento dela, mas meu sonho ainda ficou aceso. Com o passar do tempo, conheci minha esposa, Ana Espinosa. Via nela uma mulher trabalhadeira, dinâmica e esforçada. Ela trabalhava na antiga Autopeças Chachas. Fomos nos conhecendo e nos casamos, e meu desejo de montar o negócio ainda existia.

Compartilhei meu sonho com a Ana, e ela foi meu braço direito. Começamos a economizar para montar a loja que, na época, pensamos abrir uma conveniência, conhecida como Cordil. Era uma franquia de conveniências, patrocinada pela equipe da Coca-Cola. Elas estavam sendo o auge da época, mas não tivemos credibilidade e não liberaram para abrirmos a Cordil na Souto Maior. Daí então, resolvemos montar o Mercado Trazzi. Tínhamos uma reserva de 20 mil reais para ser investido em prédio, máquinas e produtos.

A abertura da firma foi no ano de 1985. Nossa dificuldade era o medo e a falta de dinheiro para começar um empreendimento, mas tudo foi superado com muito esforço e trabalho. Acreditávamos no negócio e isso ajudou muito.

3) Sr. Trazzi como vê o capital intelectual das pessoas em sua empresa? A busca por conhecimento é importante na visão do senhor?

 

Não exploramos muito o capital intelectual dos funcionários de nossa empresa, pois ainda, somos uma firma pequena. Mas, fico contente quando um funcionário meu pede para sair, porque ele não tem mais espaço dentro do mercado; ficou pequeno e limitado pra ele, precisando de empresas maiores que valorizam mais esse capital intelectual.

Gosto de comparar um funcionário com um jogador de futebol e os supermercados a Club’s, por exemplo. O Santos pegou o Neymar, ensinou e preparou, mas o Santos ficou pequeno pro Neymar. Ele precisava de um Club que valorizasse mais a capacidade dele e se mudou pra um Club da Europa, que daria esse suporte a mais de conhecimento e capital intelectual pra ele.

 4) Quantas horas você trabalha por dia? Trabalha aos sábados e domingos? O senhor tira férias? Pensa em se aposentar?

Penso em me aposentar sim, pois trabalho muito! Acordo 3x na semana às quatro horas da manhã para comprar verduras na Ceasa. Entro no mercado às 7h30 da manhã todos os dias da semana e no sábado e saio pro almoço às 13h30. Volto às 17h30 e encerro o meu expediente às 21h. Então, é cansativo. Por isso, penso em me aposentar.

Nos domingos, eu trabalho somente das 7 às 14h. Férias, eu tiro muito pouco. Faz uns 5 anos que não viajo e nem saio do mercado, por opção minha mesmo.

 

 5) Quais são os principais pilares de sucesso da empresa? O que é sucesso para o senhor? Ética é fundamental na visão do senhor, tanto profissional como particularmente?

 

Ética é tudo, tanto profissional como pessoal; pai, irmão, filho.

Os pilares do Supermercado Trazzi é ser uma empresa ética, transparente, honesta, sempre pagando às contas no prazo certo e comprando às mercadorias 99% a vista.

Sucesso é ter uma família boa, com filhos, esposa, irmãos pessoas boas e, principalmente, aquela família que você fez, porque não adianta nada você pensar no sucesso do dinheiro e ter um filho drogado, ou um casal se separar, porque adquiriu o sucesso profissional e financeiro e se esqueceu da família. Então, de que adianta ganhar tanto dinheiro e ter uma família destruída? Eu não fico focando muito no sucesso financeiro, que o mercado vai dar muito dinheiro, não: eu trabalho. E minha satisfação do sucesso é isso: uma família saudável! É isso que eu tento passar para minhas filhas: que dinheiro é importante, mas não é tudo! Que o essencial é ser feliz, ter um marido bom, e construir uma família feliz, porque a vida é um “trem bala”: a qualquer momento podemos partir.

 6) Senhor Claudemir Trazzi a família é fundamental na empresa? Um empresário de sucesso como o senhor, como vê a família sua relação e trabalho?

 

Família pra mim é tudo! No Supermercado Trazzi, trabalham minhas duas filhas e minha esposa! Nossa empresa é familiar! Então, é fundamental a união nossa para a empresa, e ainda não aprendemos a separar a relação de família e trabalho. Infelizmente, ainda levamos os problemas do serviço para casa.

 

 7) Há algo mais que você gostaria de dizer, que não foi abordado?

 

Khariny e Sérgio, o que eu tenho pra dizer é: sejam perseverantes, lutem! Ninguém precisa ser a pessoa mais inteligente para realizar o sonho. Mas, perseverem e lutem, corram atrás; trabalhem! Não é fácil, mas se vocês trabalharem e economizarem, conseguirão chegar no sucesso.

 

Restante da Entrevista em nosso livro que lançaremos em Agosto. Aguardem as novidades!

Sobre o autor

Khariny Espinosa Trazzi

Khariny Espinosa Trazzi

Sócia Administradora e Escritora

Para falar com o autor, utilize a página Contato.

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