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60 mil pessoas: esse é o número de beneficiados pela Amigos do Bem, uma ONG que existe desde 2003 e vive em combate à miséria no sertão nordestino. A responsável é a paulistana Alcione de Albanesi. Ela não está sozinha nessa, claro. São cerca 8 mil voluntários em São Paulo e nos locais de atendimento no Nordeste. Empreendedora e mãe de quatro filhos, em 2014, ela vendeu 80% da sua empresa de lâmpadas, a FLC, e fez um trato com a família: ia se dedicar inteiramente ao projeto social. Alcione aprendeu com a mãe Mas a história de Alcione com o sertão não começou do nada.
O início de tudo foi despretensioso. Ela reuniu 20 amigos no Natal de 1993 para distribuir donativos naquela região,
motivados pelo desejo, que atinge muitos nessa época, de fazer algo diferente pelo próximo. A empresária diz que o impulso para a primeira viagem veio de uma reportagem na televisão sobre a miséria e a seca, e do exemplo que sempre teve em casa: sua mãe, Guiomar, 90.

Mãe, que tem 11 creches na periferia de São Paulo. Com ela, aprendi a ter um olhar humano perante as pessoas e a vida”. A “receita da fome” O empurrão para as viagens deixarem se ser anuais e o voluntariado virar um projeto social aconteceu em 2002, durante a distribuição daquele ano, quando Alcione conheceu
dona Geralda, de Mauriti, no Ceará, que contou sobre a “receita
da fome”.
“Dona Geralda era uma senhora que tinha elefantíase e andava 6 km todos os dias em busca de comida. Quando a encontramos, estava com as pernas sangrando. Ela nos deu a ‘receita da fome’, que era colocar muita água e pouco feijão para conseguir alimentar os filhos. Foi algo chocante e que ficou na minha mente. Voltamos para São Paulo, reuni meus amigos e disse que teríamos que fazer mais para tentar diminuir essa desigualdade.”

Desde então, além do povoado onde dona Geralda morava, Inajá e Buíque, em Pernambuco, e São José da Tapera, em Alagoas, a Amigos do Bem construiu quatro “Cidades do Bem”, vilarejos que reúnem 350 casas, além de farmácias, escolas e padarias.
“Temos as plantações de caju e centros de fabricação doces e artesanato, que geram renda. Não adianta ter somente a educação, eles precisam do trabalho. O nosso objetivo é fazer com que, no futuro, a fome e a miséria nesta região sejam lembradas apenas como fatos históricos.” Como a ONG se mantém A ONG sobrevive de doações mensais, eventos de captação, como arrecadação de alimentos em redes de supermercado, e do Empório do Bem, que vende produtos feitos pelas famílias do sertão. Os responsáveis por isso, além da fundadora, são os voluntários Todo mês uma equipe de voluntários de São Paulo vai acompanhar as atividades. Temos dentistas, médicos, pedagogos e agrônomos.

Para ser voluntário, é preciso passar por um treinamento para entender o projeto e nossas ações.” Para administrar tudo isso, Alcione passa dez dias por mês no sertão para ver de perto o atendimento às famílias e os
projetos. No tempo que resta, o trabalho é na capital paulista, com reuniões com colaboradores e equipes para dar
andamento aos planos e estratégias da ONG. A diferença entre presidir uma fábrica de lâmpadas e um projeto social, diz ela, é que, hoje, “dezenas de milhares de vidas dependem da minha atuação e decisões”.

“Costumo dizer que é possível terceirizar construções de casas, estradas, saneamento, mas para transformar vidas, é preciso estar próximo, com o ingrediente do amor.”

Fonte disponível: <https://estilo.uol.com.br/noticias/redacao/2017/09/01/ela-largou-tudo-para-diminuir-a-miseria-no-sertao-nordestino.htm>

Sobre o autor

Sérgio Bento De Sepúlvida Júnior

Sérgio Bento De Sepúlvida Júnior

Sócio Administrador e Escritor

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