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Morador de Anhumas (SP) e deficiente físico, Fábio da Silva Lopes não deixa que as dificuldades o atinjam e busca realizar o sonho de publicar um livro.


Fábio utiliza uma vareta de bambu para escrever seus poemas (Foto: Stephanie Fonseca/G1)Fábio utiliza uma vareta de bambu para escrever seus poemas (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Fábio utiliza uma vareta de bambu para escrever seus poemas (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

“Nada no mundo se compara à persistência. Nem o talento”, citou o 30º presidente dos Estados Unidos da América (1923–1929), Calvin Coolidge. Entretanto, há quem some os dois e ainda mais. O dom, a determinação, a sensibilidade, a paixão… Como Fábio da Silva Lopes, de 39 anos. Conhecido como “Fábio da Cadeira” e morador em Anhumas (SP), cidade no oeste do Estado de São Paulo cuja população é estimada em 4.026 pessoas, ele não esconde sua deficiência física, que impede seus movimentos quase que por completo nos braços e pernas e também o atrapalha na fala. Porém, esta “dificuldade” não deixa seus sonhos menores. Um deles? Publicar um livro de poesias próprias e mostrar o seu trabalho e o seu profissionalismo à sociedade. E o G1 foi conhecer de perto o empenho deste poeta.

Devido à sua deficiência, vinda desde o nascimento, Fábio não frequentou o ensino regular e aprendeu a ler somente aos 16 anos com a ajuda de familiares. Mas foi há cinco anos que um computador que ele ganhou de presente de Natal o introduziu de vez no mundo da escrita. Ele fez de uma vareta de bambu – ou o seu “pequeno bastão”, como o chama – seus dedos e, com o objeto na boca, passou a preencher as páginas em branco de seu notebook com suas experiências, que se transformam em poemas e tocam a vida de quem os lê (veja vídeo abaixo).

Várias de suas produções foram impressas em um esboço do livro que Fábio sonha em publicar e entregues à população anhumense com o apoio de uma amiga, Mânia Gomes Pires, de 36 anos. “Tem alguns que são da minha vida, outros de momentos passados, e tem uns que não sei dizer de onde vem a inspiração. Só que é bom, muito bom escrever”, afirmou Fábio ao G1.

“Para quem até pouco tempo não escrevia nada, hoje eu estou apaixonado por escrever”, salientou Fábio.

“A Pedra. O distraído tropeçou nela… O bruto a usou como arma. O empreendedor a usou para construção. O camponês fez dela assento. Drummond a poetizou… Já Davi com ela matou Golias… Michelangelo dela fez belas esculturas… Observe que a diferença não está na pedra, mas nas pessoas! Se existe pedra no teu caminho, que tu possas utilizar para o seu crescimento! Que Deus te dê sabedoria para que faça de cada pedra que encontrar no seu caminho um alicerce e na sua vida para que se torne ainda mais firme a cada dia” (A Pedra – Reprodução do livro “A Vida em Poesias”, de Fábio da Silva Lopes).

As pessoas costumam dizer que Fábio é um exemplo e ele justifica que todos podem ser um exemplo

As pessoas costumam dizer que Fábio é um exemplo e ele justifica que todos podem ser um exemplo

Torpedo

Tudo começou com “torpedinhos” escritos e enviados para amigos e familiares. “Aí peguei gosto pela coisa”, declarou Fábio ao G1. No início, o poeta enviava mensagens pequenas para não se tornar cansativo para quem lia, mas, após participar do Sarau Solidário, que acontece no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente, os textos aumentaram para que fossem enviados ao evento também. “Mandei um para ver no que dava e muita gente agradeceu, admirou”, contou.

Mostra a um, mostra a outro, até que os poemas chegaram às vistas de Mânia. “Falo que a nossa história começou assim”, lembrou ao G1. Durante um festival de diversidades culturais em Anhumas, no fim do ano passado, Fábio mostrou-lhe o “torpedo”. “Falei: ‘Nossa, bacana! Você que escreveu?’. Ele falou: ‘É, eu escrevo’”, lembrou a amiga. “Eu me sensibilizei com o poema e ele falou que gostava de escrever e que tinha outros”.

Então, Fábio começou a enviar os torpedos e poemas que escrevia também a Mânia. “Até que falei: ‘Fábio, tive uma ideia, vamos montar um livro. Já que você escreve tão bem, vamos correr atrás”, contou. Conforme relatou a amiga, o poeta sempre comentava que tinha vontade de lançar um livro. “E a Mânia quem ajudou o meu sonho a aumentar cada vez mais”, afirmou Fábio ao G1.

“E eu fui animando, fui motivando para que isso pudesse acontecer”, afirmou Mânia. Porém, como moram em uma cidade pequena, a questão de patrocínio não teve um retorno positivo. “Foi quando fui atrás da Prefeitura e falei: ‘Vocês conseguem pelo menos imprimir?’”, relatou ao G1. “Mas não ficou um livro, ficou um esboço. A gente queria que fosse uma capa dura. Infelizmente, não ficou do jeito que a gente queria, mas fizemos todo um projeto”.

“Eu acredito muito que ele vá conseguir lançar esse livro, até porque eu o enxergo como profissional”, colocou Mânia.

“Depois, ele falou pra mim: ‘Eu escrevo com a vareta na boca’. Aquilo me deixou muito mais motivada a levar isso para frente”, disse Mânia, que relembrou a busca por patrocínios e deu certo a impressão na Prefeitura, somada ao evento.

Foram impressas 30 cópias, estas que acabaram entregues a anhumenses no último dia do Salão do Livro da cidade, realizado em março, quando também foi apresentada a sua história. “Nós distribuímos para as pessoas que estavam lá. Foi um dia de chuva, tinha pouca gente, mas, quem esteve no evento, gostou muito e ele fala que quer continuar escrevendo. Então, eu falei para ele: ‘Não diminua este sonho’”, contou Mânia ao G1.

Esboço de 'A Vida em Poesias' foi entregue em Anhumas durante um evento (Foto: Stephanie Fonseca/G1)Esboço de 'A Vida em Poesias' foi entregue em Anhumas durante um evento (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Esboço de ‘A Vida em Poesias’ foi entregue em Anhumas durante um evento (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

“Deixamos para o último dia, para ser uma coisa especial, e quem esteve lá se emocionou com a história dele. Falei para ele uma vez: ‘Fábio, eu não quero que as pessoas vejam você como coitado: ‘Ah, o Fábio da Cadeira’. Quero que as pessoas te enxerguem como uma pessoa capaz, como um profissional’. Não é porque ele tem uma deficiência, que ele não tem uma competência, uma habilidade que possa ser trabalhada”, disse Mânia ao G1.

Com essa questão do Salão do Livro e a apresentação desse esboço, Mânia pensou em “abrir uma porta para o poeta”.

“A gente quis mostrar o trabalho dele e, no próprio dia do evento, eu até comentei que a nossa cidade é pequena, mas existem muitas pessoas com competências e habilidades aqui dentro, que não são valorizadas, que não são reconhecidas”, enfatizou Mânia.

Mânia incentivou Fábio e o ajudou com o esboço do livro (Foto: Stephanie Fonseca/G1)Mânia incentivou Fábio e o ajudou com o esboço do livro (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Mânia incentivou Fábio e o ajudou com o esboço do livro (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Aposta alta

Independentemente de toda a dificuldade e da deficiência que o acompanha desde o nascimento, Fábio segue em busca de seu sonho. “Ele tem esse dom, essa vontade, então, a gente queria achar um patrocínio, alguém que se sensibilizasse para publicar [o livro]. Até mesmo a questão humana, da ajuda”, declarou Mânia.

Mesmo com um “dinheirinho guardado”, Fábio salientou que é “uma aposta alta” e um retorno tem de ser garantido, pois ele possui gastos devido à sua deficiência. Um deles é a sua cadeira de rodas motorizada, que tem muita manutenção, pois foi comprada usada, e isso faz com que a família gaste muito, conforme relatou ao G1 a mãe do poeta, Nilza da Silva Lopes, de 70 anos. “Eu pretendo, com o tempo, se Deus quiser, comprar uma cadeira nova para ele”, disse.

“Esta cadeira já foi comprada com a minha poupança, com a economia que eu faço, e o dinheiro de investir no livro dá outra cadeira dessa. Então, fazer para não vender e dar o retorno é uma aposta alta. Até quando a Mânia quis fazer, falei: ‘Mânia, vamos fazer pouco, que eu quero fazer para vender para começar só’”, contou Fábio.

Fábio sonha em publicar um livro com seus poemas e experiências de vida (Foto: Stephanie Fonseca/G1)Fábio sonha em publicar um livro com seus poemas e experiências de vida (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Fábio sonha em publicar um livro com seus poemas e experiências de vida (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Reconhecimento

Existe muito a questão do julgar, segundo comentou Mânia ao G1. “‘Ah, ele não anda, então, não consegue fazer mais nada’. Não! Ele trabalha com o coração, ele trabalha com a alma, ele trabalha com a mente”, salientou.

Já Fábio contou que até brinca com quem não o conhece. “Falo: ‘Gente, eu sou deficiente físico, não deficiente mental’ [risos]. Vinte e tantos anos atrás, havia muita confusão entre deficientes físico e mental. Jogavam tudo dentro de uma panela: Tudo é deficiente mental. Mas hoje está bem melhor”, explicou ao G1 o poeta.

Assim, outra motivação para o livro é o fator do reconhecimento e da valorização como autor. Fábio se lembrou de uma conversa com um amigo músico em que o tema foi abordado. “Falei: ‘Você toca… Se alguém falar para você tocar e cantar, que o cara te dá o combustível e comida, e você volta para casa. Você fica contente?’”, questionou. “Não, eu quero ganhar meu trabalho para pagar as minhas despesas, ter meu valor reconhecido. Não trabalhar por trabalhar”, enfatizou.

“Sei que tudo no começo é difícil, mas fazer por fazer e dar de graça? Como diz Tião Carreiro, ‘trabalhar por trabalhar é relaxar a competência’”, citou Fábio aos risos.

Mânia comentou que, desde quando nasceu, Fábio faz fisioterapia, para que os músculos não atrofiem, e tem muita dificuldade, mas não parou e não desistiu. “Então, isso que me fez encorajá-lo cada vez mais, para que ele não venha a desistir por qualquer dificuldade que tenha. Como ele falou, a publicação do livro daria para comprar uma cadeira nova, mas é um sonho, um desejo. Então, falei: ‘Fábio, a gente vai imprimir esse livro. Não vai diminuir seu sonho. Vou dar um jeito’”, contou. Até que o esboço foi lançado no evento anhumense.

Todos podem ser exemplo

Com a força de vontade na prática de seu dom, Fábio ouve muito que é um exemplo de vida. Mas, como relata em um de seus poemas, ele tem seus dias bem complicados e até de revolta.

“Muita gente fala que eu sou um exemplo, aí eu digo pra todo mundo, que todo mundo pode e deve ser um exemplo. Pra uma pessoa que tem um corpo sadio, uma mente lúcida, ela pode tudo, desde que ela tenha fé e acredite nela mesma também”, salientou Fábio ao G1.

O poeta ainda enfatizou que “não é preciso ser um cadeirante, um cego ou um surdo, para ser exemplo”. “Todo mundo pode ser exemplo, todo mundo deve acreditar em si mesmo. É difícil? É difícil. Eu tenho meus dias muito complicados também. Hoje estou bonitinho, ajeitadinho, mas tem dia que não dá nem pra dizer. Não vou dizer que todo dia eu estou contente, mas grande parte do dia eu estou bem comigo”, frisou.

Em poema, Fábio conta que é visto como exemplo, mas que tem seus dias difíceis (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')Em poema, Fábio conta que é visto como exemplo, mas que tem seus dias difíceis (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')

Em poema, Fábio conta que é visto como exemplo, mas que tem seus dias difíceis (Foto: Reprodução/’A Vida em Poesias’)

‘Rolê’

Sempre que pode, Fábio e sua cadeira dão um “rolezinho na cidade”. Anda pela praça, vai à lanchonete, à quadra poliesportiva assistir a jogos, faz fisioterapia… Mas sua atividade vai além. Ele joga capoeira e se aventura para satisfazer algum desejo. “Em cidade pequena, você tem de aproveitar o que tem, se não, vive reclamando, e não adianta muita coisa”, afirmou. Mesmo na cedeira, os passeios deixam a mãe preocupada, já que a mão esquerda – que se movimenta um pouco – não tem firmeza, mas ela não o “prende”.

“Um dos lugares a que fui e que adorei, no ano passado, foi o Aviashow [feira de aviação civil realizada na cidade vizinha de Regente Feijó]. Fui e voltei de busão. Foi um evento muito bom pra ir. Fazia tempo que eu sabia do evento, queria ir e nunca consegui alguém que me levasse. Falei: ‘Mãe, dá pra ir de ônibus. Posso?’, ‘Se você acha que dá’, ela falou. ‘Dá, dá’, ‘Então, vai’. E eu fui”, lembrou Fábio. “Só que como a Rodovia Raposo Tavares [SP-270] tem um canteiro central, eu tive que ir até Presidente Prudente e voltar para descer do lado certo da pista. Gastei mais de uma hora e meia para ir”, contou ao G1 aos risos.

“Ele é uma pessoa ativa”, acrescentou Mânia. “Como ele acabou de contar a história, ele foi sozinho pro Aviashow. Então, ele foi de ônibus, com toda a dificuldade, ele falou que cansou mais, mas ele foi. Então, ele conseguiu realizar um desejo dele. E o que eu acho bacana no Fábio, o que me faz admirá-lo, ter trabalhado e ter lutado com ele pra conseguir esse livro, é essa força de vontade que ele tem, de ele não se sentir um coitadinho, de ele não desistir”, enfatizou ao G1.

Mas, na maior parte do tempo, Fábio fica dedicado aos mundos da leitura e da escrita. Ele relatou ao G1 que começou a ler aos 16 anos e, aos 20, começou a fazer seus livros.

Algumas vezes, pela manhã, ele lê, e, quando está inspirado, passa o dia todo escrevendo “para render”. “Para eu fazer uma página, uma folha no Word [programa de computador de edição de texto], vai um dia todo e outro para dar uma corrigida, se esquecer de uma palavra ou uma frase perdida”, contou ao G1.

“A leitura que ajuda a ter o que escrever também, principalmente, aqui pra mim. Porque agora que estou começando a sair, a andar”, disse. Isto porque, há pouco tempo, Fábio, que morava na zona rural, se mudou para a cidade, onde é menos “limitado”. “Então, a leitura, o livro, é um mundo em que você viaja. Cada livro é um mundo. Eu já viajei por muitos mundos. É muito bom”, ressaltou o poeta, que lê diversos livros, porém, os religiosos se sobressaem.

O hábito da leitura está extinto em muita gente, conforme Fábio. “A juventude não lê, mas o que falta pra muita gente, um pouco, é procurar coisas boas. Mas vai pra televisão, internet, e só procura coisa sem conteúdo, que não leva ninguém a nada”, comentou. “Graças a Deus e toda uma mobilização, quase 90% dos livros que li foram emprestados, foram dados, foram ganhos e tudo guiado por Deus, então, isso me ajudou e muito”, acrescentou Fábio.

Fábio é o caçula da família construída por José e Nilza (Foto: Stephanie Fonseca/G1)Fábio é o caçula da família construída por José e Nilza (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Fábio é o caçula da família construída por José e Nilza (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

‘Quase morremos’

Caçula da família construída por Nilza da Silva Lopes e José Corrêa Lopes, Fábio tem duas irmãs e um irmão. Porém, foi o único que teve problemas físicos, conforme relatou a mãe do poeta. “Eu tenho quatro filhos. Os três são perfeitos, graças a Deus. Tudo casado, com seus filhos, e ele foi o caçula, que teve o problema com o parto e causou tudo isso. E o porquê, né? Nós somos tão meros coitados que a gente não entende essas coisas, né?”, disse a dona de casa ao G1.

“Quero falar para todos os pais com filhos deficientes que não desanimem. Tem é que dar força para o filho. Não desanimar, não reclamar da vida, porque a gente não sabe a que está nesse mundo. Deus sabe o porquê. Só Deus sabe porque a pessoa tem um filho deficiente”, salientou Nilza ao G1.

Nilza contou que, quando desconfiou de que Fábio tinha problemas, procurou alguns médicos. Eles disseram-lhe que o motivo foi a demora para nascer. “Meu parto foi muito difícil. Quase que nós morremos, eu e ele”, afirmou ao G1. Tudo ocorreu em um hospital e a dona de casa critica que os profissionais que a atenderam “não entendiam nada”. “Me deixaram na mão de umas meninas que não eram enfermeiras formadas, não eram nada, e depois, quando viram que elas não davam conta, foram lá, aplicaram injeção para nascer, pois não dava mais pra fazer cesárea”, relatou.

“Sofri, sofri, sofri, até que ele nasceu. Ele nasceu sem respirar, sem chorar, sem nada. Aí eles o colocaram num balão de oxigênio, foi um balão inteiro de oxigênio pra poder reanimá-lo. Ele reanimou, começou a chorar, chorou, chorou, chorou, só que depois deu sequela, deu a lesão. Lesão cerebral que eles falam. Mas o cérebro dele é perfeito. Os exames que eu já fiz não deram nada. A cabeça dele é igual à nossa. Prejudicou mais o lado físico, principalmente, o lado direito. No esquerdo, ele ainda mexe uma coisinha. No outro, não”, contou ao G1.

Devido à deficiência, Nilza afirmou que Fábio nunca conseguiu fazer as coisas sozinho. “Nunca comeu com a mão dele, nunca tomou uma água com a mão dele. E olha que ele tentou! Eu tentava! Eu sentava com ele, colocava comida, punha a colherzinha na mão dele e fazia de tudo para ver se ele conseguia comer. Tentamos de tudo”, relatou.

Vários profissionais e tratamentos foram buscados, inclusive, em Campinas (SP), mas disseram que o problema de Fábio não tinha jeito, pois foi de nascimento. Assim, todas as ações do poeta precisam do auxílio de outra pessoa e da cadeira de rodas. Banhos, fazer a barba, alimentação, vestimenta etc..

Em meio a tantas dificuldades, Nilza se orgulha de ver seu caçula em busca da realização de um sonho. “Espero ele realizar os sonhos dele, lançar o livro dele, o pessoal lendo, gostando. Não é tanto pra ganhar dinheiro, porque o que a gente tem dá pra viver, não como rico, é como pobre, mas não falta nada pra ele. Mas é o sonho dele fazer o livro, passar o que ele sabe para os outros, essas intuições dele que vêm e ele tem que escrever. E eu gosto, gosto muito”, enfatizou.

“Minha vizinha diz que chorou tanto lendo [um dos poemas]. Emociona por causa do problema dele. Para os outros, é fácil uma coisa assim, né? Mas para ele… Talvez uma pessoa que tenha o corpo perfeito não tenha a sensibilidade que ele tem, de escrever com o coração”, acrescentou Nilza ao G1.

“Tudo tem o propósito de ser e diz que Deus não dá peso pesado em ombros fracos, né? Até hoje estamos carregando (risos). No dia em que a gente faltar, eu confio muito no Poderoso de que Ele vai mostrar um jeito para ele [Fábio] manter a vida”, disse Nilza.

A mãe confessou que já pensou muito sobre como seria a vida de seu filho quando ela lhe faltasse, mas conseguiu tirar da cabeça, senão “ficaria louca”. “Tem que acalmar e confiar em Deus, nas pessoas, na família. Todos são bons para ele, fazem tudo para ele. Eu confio em que ninguém vai deixá-lo abandonado. Vão cuidar dele. Não como uma mãe (risos)”, finalizou Nilza ao G1.

Fábio utiliza uma vareta de bambu para escrever seus poemas (Foto: Stephanie Fonseca/G1)Fábio utiliza uma vareta de bambu para escrever seus poemas (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Fábio utiliza uma vareta de bambu para escrever seus poemas (Foto: Stephanie Fonseca/G1)

Fábio aborda diversas temáticas em seus poemas (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')Fábio aborda diversas temáticas em seus poemas (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')

Fábio aborda diversas temáticas em seus poemas (Foto: Reprodução/’A Vida em Poesias’)

Poemas de Fábio abordam várias temáticas (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')Poemas de Fábio abordam várias temáticas (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')

Poemas de Fábio abordam várias temáticas (Foto: Reprodução/’A Vida em Poesias’)

Poemas de Fábio abordam diversos temas (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')Poemas de Fábio abordam diversos temas (Foto: Reprodução/'A Vida em Poesias')

Poemas de Fábio abordam diversos temas (Foto: Reprodução/’A Vida em Poesias’)

Fonte- disponível: <http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/sem-movimento-nos-bracos-poeta-escreve-com-a-boca-e-da-exemplo-de-vida-todo-mundo-deve-acreditar-em-si-mesmo.ghtml>

Sobre o autor

Sérgio Bento De Sepúlvida Júnior

Sérgio Bento De Sepúlvida Júnior

Sócio Administrador e Escritor

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